SERVIDORES DO HU E HC PODEM ENTRAR EM GREVE CASO PL 522/2022 NÃO SEJA RETIRADO DE PAUTA
A Assuel (Sindicato dos Técnicos-Administrativos da UEL ) realizou duas assembleias nesta segunda-feira, 5, para tratar sobre o PL 255/2022. O primeiro encontro aconteceu no campus, no Ambulatório do Hospital de Clínicas (HC), às 11h. Já à tarde, a partir das 13h30, a reunião ocorreu no HU.
Marcelo Seabra, presidente da Assuel, conta que os trabalhadores, estão, primeiramente se inteirando das finalidades da iniciativa, por isso a diretoria do sindicato estará em Curitiba nesta terça (6) e quarta-feira(7) para conversar com a bancada de oposição do governo, na tentativa de barrar a tramitação do projeto, porém, caso o PL não seja retirado de pauta ou menos o caráter de urgência, haverá nova assembleia com a possibilidade de deflagração de greve. “Na quinta-feira, caso não haja evolução na discussão com o governo, se ele se mantiver intransigente, vamos chamar assembleia com vistas a greve a partir de segunda-feira”, indica.
Para o dirigente, as consequências da medida serão sentidas pela população que terá o direito à saúde de qualidade comprometido e os servidores, cuja precarização do trabalho será intensificada. “É importante frisar que os insumos, por exemplo, hoje são disponibilizados para que sejam utilizados na medida da necessidade que houver para que o servidor faça um bom atendimento e não há empresa que sob a lógica do lucro tenha a mesma perspectiva. Quem vai sair perdendo? O usuário porque a assistência não será da mesma qualidade. O servidor também sairá prejudicado porque a empresa vai pretender cortar qualquer benefício que ele tenha. Os que forem contratados, vão entrar com salário rebaixado e as condições de trabalho deterioradas”, observa Seabra.
A mesma compreensão é compartilhada por Vinicius Fernandes, assessor jurídico da Assuel . “Se trata de mais uma medida no caminho da extinção do serviço público no Paraná. A Assuel vê com muita preocupação. Um Projeto de Lei que, no nosso entendimento, fere a autonomia universitária que é prevista como garantia constitucional, que fere o direito ao serviço público de qualidade, pois vai colocar a gestão dos hospitais universitários no estado do Paraná nas mãos de fundações públicas ou privadas, ou seja, há a possibilidade de completa privatização da administração dos hospitais”, adverte.
Fernandes lembra também dos reflexos na formação dos estudantes da área da saúde. “Nós podemos esquecer que o hospital universitário é um hospital escola, atua na formação de profissionais da saúde e, ainda, exercer um papel de assistência fundamental. O Projeto de Lei pretende separar, como se fosse possível, o que é assistência, o que é ensino e o que é gestão. Para mim, há uma indissociabilidade e o que o HU faz é uma substanciação disso”, pontua.
“Privatizar para quê? - Para Ana Cruz, servidora da UEL, o momento que a saúde pública paranaense atravessa é “muito crítico”. Ela lembra da importância do HU para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 e considera que a gestão de Ratinho Júnior (PSD) está faltando com o respeito com toda comunidade.
"Por que privatizar algo que está dando resultado, que tem uma gestão que participa, que tem um corpo de funcionários, docentes que trabalham, vestem a camisa, que respeita o paciente, cuida com carinho e atenção. Não dá para gente aceitar este projeto que está sendo imposto para nós, goela abaixo, sem discussão. Nós estamos descontentes, queremos que o governo retire este projeto de pauta e faça uma discussão decente. Hoje, o HU é campo de estágio e de assistência para pacientes de mais de 20 cidades, como que vai ficar este atendimento? Isto não está claro”, observa.
Protesto - A servidora da UEL, Maria Aparecida Ramalho, trabalha no HU há mais de 30 anos e se diz perplexa com o PL 522. “ A população de Londrina precisa entender que o HU não é do governo, e sim do povo do Paraná. Se ele for privatizado, o atendimento será precarizado e quem mais vai sofrer será a comunidade que tanto precisa de atendimento. Por isso, estamos conclamando para que todos que defendem o HU contra a privatização que venha participar de um protesto nesta terça-feira em defesa do hospital”, declarou.
A manifestação em defesa do HU será realizada nesta terça-feira, 6, às 9h30 em frente ao hospital. A organização é da Assuel com apoio da Comissão UEL pela Democracia . Toda a população está convidada a participar.