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Boletim semanal de economia popular: conflito de interesses e a perpétua deterioração do custo de vida

Incremento do custo de vida e aumento da pobreza Segundo DIEESE, o custo de vida subiu em todas as capitais do país. A alta mais expressiva foi no Rio de 7,65%. O valor mais alto encontrado foi em São Paulo, de R$ 761,19, tomando 67,9% do salário líquido. Em Londrina, segundo o NUPEA, o aumento foi de 7,1%, chegando a R$ 620,00. No ano o aumento já foi de 21,1%! Isto é, em termos de cesta básica, segundo os institutos citados, já superamos a inflação do ano passado. Volto a reafirmar, esse processo é causado principalmente pelo aumento do preço do diesel e do petróleo que impacta no preço dos alimentos, no transporte, nos fertilizantes e agrotóxico. Isso conduz a um país cada vez mais pobre, que junta os cacos de uma pandemia que ainda não terminou. Segundo últimos dados do CADÙNICO, em novembro de 2011, Brasil tinha cerca de 42 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, um incremento acumulado no governo de 11%. Londrina chegou a cerca de 69 mil pessoas em situação de extrema pobreza, um crescimento de 35% nesse governo. 

A classe trabalhadora resiste E nessa luta por uma vida digna, os sindicatos continuam buscando um reajuste salarial justo. Agora, ainda como vimos no boletim passado, muitas categorias ainda estão na luta por conseguir o reajuste da inflação do ano passado. Segundo DIEESE, levando em conta o acumulado do ano, de 119 reajustes até março deste ano, 60,5% ficaram abaixo da inflação, apenas 15,1% foram equivalentes a inflação e 24,4% acima da inflação. Contrastando os dados que pude analisar no mediador, defendo a hipótese que isso é devido a aceleração da inflação, pois quando se consegue o ajuste com índice do ano passado, a deste ano já incrementou. 

Porém, os trabalhadores continuam na luta. No Estado do Paraná, os servidores do judiciário, da ALEP e do tribunal de contas tiveram a data-base de 9% sancionada como lei na ALEP, isto é, acima dos 3% oferecidos para as demais categorias. Nesse sentido, os servidores estaduais, reunidos em torno do Fórum de Entidades Sindicais do Paraná, estão em plena mobilização, no dia 16 de março pressionaram o governo, porém tiveram uma resposta insuficiente. Há a proposta de uma greve estadual como último recurso, já que a tentativa de diálogo com o governo do Estado não tem surtido efeito. 

E por falar em pressão O economista Adriano Pires desistiu de ser presidente da Petrobrás, pois o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pressionou para que não assumisse com base em flagrante conflito de interesses, pois como disse no boletim passado, Pires tinha atuação junto a setores privados interessados na Petrobrás. Isto é, desistiu para não passar vergonha em público. Aqui, vemos um governo submisso ao interesse dos grandes setores privados, dos capitalistas que ganham em expropriar recursos naturais e dos especuladores do mercado financeiro. A indicação de Pires era apenas a ferida aberta desse processo, mas enquanto houver política de paridade de preços internacional, enquanto houver Guedes e Bolsonaro, a Petrobrás estará a serviço de enriquecer uns poucos. 

Continuando a discussão iniciada sobre projeto de desenvolvimento Na semana passada, trouxe debate sobre projeto de desenvolvimento. É importante colocar soluções ante esse descalabro econômico. Pensar numa política que supere os graves problemas do Brasil, passa por pensar um plano de políticas públicas que resolvam os problemas colocados aqui, incremento do custo de vida, pobreza e arrocho salarial. Assim, é necessário um marco de políticas públicas soberanas, colocando a Petrobrás como centro de investimentos em diversificação produtiva, oferecendo soluções tecnológicas capazes de integrar à economia popular a um projeto de desenvolvimento de suas forças produtivas, superando o horizonte de deterioração das condições de vida. 

fontes
 https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2022/04/04/pires-desiste-de-indicacao-a-presidencia-da-petrobras-por-conflito-de-interesse.htm
nupea.org/inflação-da-cesta-básica
https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/analiseCestaBasica202203.html
https://www.dieese.org.br/boletimnegociacao/2022/boletimnegociacao18.html
https://fesparana.wordpress.com/
https://sindiproladuel.org.br/
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/vis/data3/data-explorer.php